Em 1885, Manoel Francisco das Neves e a família Ferreira de Cubas, também condômina da Fazenda Arrependidos, doaram à Igreja Católica uma gleba de terras de 200 alqueires em honra ao Senhor Bom Jesus da Cana Verde, erguendo-se uma capelinha e posteriormente foi instalada a sede do Arraial Novo dos Paulistas. A partir de então, começou a desenvolver o povoado com a colaboração de negros, espanhóis e brasileiros, sendo a maioria composta de criadores e fazendeiros.
Pela lei estadual n° 266, de 12 de julho de 1905, foi o povoado elevado à categoria de vila, com o nome de Vila Xavier de Almeida, sendo instalada em 12 de fevereiro de 1906. Pela lei n°351, de 20 de julho de 1909, sua denominação foi mudada para Corumbaíba.
Em 1911, na divisão administrativa, o município era composto dos distritos de Corumbaíba e Nova Aurora.
Pela lei n° 399, de 28 de maio de 1912, é elevado à categoria de cidade.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município compõe-se apenas do distrito-sede e na referente a 1936, figura com mais o distrito de Areião. Pelo decreto-lei estadual n° 1233, de 31 de outubro de 1938, foi extinto o distrito de Areião. Pelo decreto nº 4147, de 19 de dezembro de 1933, criou-se a comarca de Corumbaíba, sendo instalada em 17 de janeiro de 1934.
Sete vereadores em exercício compunham o legislativo municipal, sendo prefeito o Sr. Manoel Antonio do Amaral.
Lenda - Conta-se que, na área do município, coberta por densa mata virgem,
havia uma loba branca, que foi batizada pelo nome de Galga, que uivava freqüentemente. Quem tivesse a sorte de ver o animal seria muito feliz. Manoel Francisco das Neves, grande fazendeiro da região, teria visto a loba, e, agradecendo pela sorte, mandou erguer uma capela em louvor a Bom Jesus da Cana Verde, em torno da qual surgiu o núcleo de habitantes.
Localização - O município está situado no sudeste do Estado de Goiás.
Suas terras são banhadas pelos rios Paranaíba e Corumbá. Paranaíba que corre de leste para oeste e Corumbá, do norte para o sul, além do rio Veríssimo e de inúmeros ribeirões e córregos. Na divisa do município com o de Buriti Alegre, o rio Piracanjuba verte suas águas no Corumbá. Os limites do município são os seguintes: ao norte, com os municípios de Ipameri e Caldas Novas; ao sul, com os municípios de Araguari e Tupaciguara ambos do estado de Minas Gerais; a leste, Nova Aurora e Cumari; e a oeste, Marzagão e Buriti Alegre.
As coordenadas geográficas da sede do município são: 18° 08 de latitude sul e 48° 33 de latitude W.Gr.
Altitude - A cidade de Corumbaíba esta situada a 650 metros de altitude e grande parte do município não ultrapassa altura superior a 800 metros.
Clima - não existe posto meteorológico na cidade.
O clima é ameno e aprazível, pertencente ao tipo tropical úmido. A temperatura oscila entre 23 a 25° centígrados.
Área - A área do município é de 1884 quilômetros quadrados, representando 0,55% da superfície geral do estado de Goiás.
Acidentes Geográficos - Os principais acidentes geográficos do município são: serra da Patrona e morro Mangaba.
Recursos Hidricos - Dentre os rios, citam-se o Paranaíba, o Corumbá e o Veríssimo, além de inúmeros outros afluentes destes. Salienta-se que o rio Piracanjuba, na divisa do município com Buriti Alegre, faz barra com o rio Corumbá. O município possui ainda inumeros corregos, ribeirões, lagos e cacheiras.
Riquezas Naturais - O município é rico em minérios, tais como: apatita, pedras coradas, diamantes, tintas, prata vermelha, calcário, ferro, cromo, magnésio, mica, rutilo, quartzo, ouro, piritas, bauxitas, terras fosfatadas, areia e argila em geral. Não há exploração desses minérios. As matas são ricas em madeiras de lei, tais como: jatobá, cedro, angico, aroeira, peroba, e outras. O Município destaca-se na produção de leite, e na agricultura desenvolve o plantio de arroz, milho e feijão e soja.
Em Corumbaíba, os visitantes não podem deixar de conferir a Cadeia Pública (Casa de Câmara e Cadeia), tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal, e também o Lago do Rio Paranaíba, a Ilha da Fantasia, o Rio Corumbá e as cachoeiras.
Outros dados acesse o site do IBGE
Dados Referentes ao ano de 1950
População - De açodo com o censo de 1950, o município tinha uma população de 7.985 habitantes, dos quais 4.166 eram homens e 3.819, mulheres. A densidade demográfica era de 5 habitantes por quilômetros quadrado.
Segundo a cor, 5.529 eram brancos (2.845 homens e 2.684 mulheres), 518 pretos (287 homens e 231 mulheres), 28 amarelos (15 homens e 13 mulheres) e 1.895 pardos (1.011 homens e 884 mulheres).
Quanto ao estado civil, 1.579 eram solteiros (982 homens e 597 mulheres), 2.489 casados (1.238 homens e 1.251 mulheres), 6 desquitados e divorciados (3 homens e 3 mulheres) e 315 viúvos (78 homens e 237 mulheres).
Segundo a religião, 7.467 eram católicos romanos (3.898 homens e 2.569 mulheres), 40 protestantes (20 homens e 20 homens) e 448 espíritas (229 homens e 219 mulheres); 1 homem ortodoxo; outras religiões: 8 homens e 4 mulheres; e 5 homens e 3 mulheres sem declaração de religião.
Quanto a nacionalidade, 7.967 eram brasileiros natos (4.151 homens e 3.816 mulheres) e 4 estrangeiros(homens).
A população da cidade, na zona urbana, era de 590 habitantes, sendo 266 homens e 324 mulheres. Na zona suburbana era de 581 habitantes, sendo 290 homens e 291 mulheres. No quadro rural a população atingiu a 6.814 habitantes sendo 3.610 homens e 3.204 mulheres.
Salienta-se que 85% da população total do município localizavam-se na zona rural.
Aglomerações Urbanas - O único povoado existente é o areão, assim chamado por estar situado num terreno arenoso.
Atividades Econômicas - Segundo o censo de 1950, 86% das pessoas em idade ativa (10 anos e mais) estavam ocupadas no ramo agricultura, pecuária e silvicultura.
As principais culturas do município são: arroz, feijão e milho. A produção geral em 1956 foi à seguinte: arroz, 15.000 sacos de 60 kg, no valor de Cr$ 5.250.000,00; feijão, 7.000 sacos de 60 kg, valendo Cr$ 3.150.000,00; outros, Cr$ 527.000,00.
O valor total da produção agrícola foi de oito milhões e 927 mil Cruzeiros.
A pecuária representa a primeira coluna na economia do município. O gado bovino e o que maior numero representa na população pecuária, seguindo-se a população de gado suíno. Há preferência pela criação de gado bovino de raça indu-brasil. Em 31 de dezembro de 1956, existia a seguinte população pecuária do município: bovinos, 150 000 cabeças, valendo 315 milhões de Cr$; eqüinos, 5.000 cabeças, valendo 6 milhões de Cr$; asininos , 500 cabeças , no valor de 1 milhão de Cr$; ovinos 300 cabeças, valendo 36.000 Cr$; caprinos 200 cabeças valendo 20.000 Cr$; patos, 1000 cabeças, valendo 30.000 Cr$; perus, 600 cabeças,valendo 45.000 Cr$;galinhas, 60.000 cabeças, valendo 1 milhão e 500 mil Cr$; galos, frangos e frangas, 45 000 cabeças, valendo 1 milhão e 350 mil Cr$. O valor total dos animais existentes foi de 363 milhões e 81 mil Cr$.
Como produtos de origem animal salientam-se: ovos, 450.000 dúzias, no valor de 4 milhões e 500 mil Cr$; leite de vaca, 14.400.000 litros, valendo 43 milhões e 200 mil Cr$; queijo, 1.200 kg, valendo 26 mil Cr$;creme de leite, 150.000 kg, valendo 1 milhão e 950 mil Cr$. O valor total desses produtos foi de 49 milhões e 676 mil Cr$.
Verificou-se a seguinte exportação em 1956: bovinos 40.000 cabeças; suínos, 4.500 cabeças; aves; aves, 7.000 cabeças.
Em 1950, a indústria ocupava 4% da população economicamente ativa. Conforme o registro industrial, existiam no município em 1955 seis estabelecimentos industriais, sendo que apenas 1 ocupava mais de cinco pessoas. Cinco desses estabelecimentos localizavam na zona urbana e um na zona rural.
Segundo a produção, encontram-se assim distribuídos: 1 de beneficiamento de arroz, no valor de 2 milhões e 160 mil Cr$; 1 de tijolos, no valor de 135 mil Cr$;1 de fabricação de calçado, no valor de 206 mil e 280 Cr$; 1de energia elétrica , no valor de 117 mil e 915 Cr$; outros no valor de 115 mil Cr$ . O valor total da produção industrial foi de 2 milhões, 734 mil e 995 Cr$. Os principais ramos eram o de produtos alimentares (79% do valor total) e o de vestuário, calçados e artefatos de tecidos (7%).O valor total da produção extrativa foi de 1 milhão e 803 mil cruzeiros.
Comércio e Bancos - existem no município 18 estabelecimentos comerciais varejistas, localizados na sede e na zona rural. O valor das mercadorias em estoque e de mais ou menos 3 milhões e 900mil Cr$. O comercio local mantém transações com Araguari e Uberlândia, MG, e são Paulo.
A pecuária e a força propulsora da economia municipal, salientando-se que em 1956 o município exportou 40.000 cabeças de bovinos.
Não possui agencia bancaria, mas cinco correspondentes servem a população.
Meios de Transporte e Comunicações - o município e servido por uma empresa de transportes de passageiros e por diversas de transportes de carga. Comunica-se com os municípios vizinhos e com as capitais estaduais e federais pelos seguintes meios de transporte:
Marzagão, rodoviário: 27 km; Caldas Novas, rodoviário via Marzagão: 64 km; nova aurora, rodoviário: 42 km: Ipameri, rodoviário via Caldas Novas: 120 km; Cumari, rodoviário: 73 km; via Araguari, MG rodoviário: 158 km; Buriti Alegre, rodoviário: 78 km; Tupaciguara, MG, rodoviário: 78 km. Capital estadual, rodoviário via Marzagão: 238 km. Capital federal, rodoviário via Araguari e Uberlândia, MG, 1268 km; ou rodoviário até Araguari, MG, 102 km; ou ferrovia: 1316 quilômetros.
Possui campo de pouso para pequenos aviões.
Conta a sede do município com uma estação telegráfica, para o serviço de comunicações da agencia dos correios e telégrafos.
Em 1956, o número de veículos registrados na Prefeitura Municipal era o seguinte: 28 camionetas, 13 caminhões, 12 bicicletas e 5 automóveis.
Aspectos Urbanos - cidade antiga, nascida em torno de uma capela, tem ainda hoje aspectos coloniais.
A cidade é provida de iluminação elétrica, fornecida por uma usina hidráulica.
Em 1956 a produção de energia elétrica foi a seguinte: 27 mil kWh para iluminação publica e 53 mil e 868 kWh para iluminação particular.
Foram registradas cento e vinte ligações elétricas. Existem no distrito da sede 3 hotéis. Um medico, um advogado e três dentistas exercem suas atividades na comunidade e há duas farmácias.
Alfabetização - segundo o censo de 1950, o município contava com uma população, na sede, de 619 habitantes que sabiam ler e escrever, sendo 319 homens 300 mulheres. Não sabiam ler e escrever 371, sendo 146 homens e 225 mulheres.
Na zona rural havia 2.103 pessoas que sabiam ler e escrever, sendo 1216 homens e 1717 mulheres. a percentagem de alfabetização no município era de 48%.
Ensino - Em 1957 existem no municio 20 estabelecimentos de ensino primário. A matrícula geral foi de 720 alunos, sendo 356 masculinos e 364 femininos.
Existe também um estabelecimento de ensino médio. Á matricula foi de 45 alunos, sendo 25 masculinos e 20 femininos e o numero de professores 10. Não houve conclusão de curso em 1956.
Outros Aspectos Culturais - O município conta com uma biblioteca publica municipal com cerca de 700 volumes registrados. Um cinema serve de ponto de atração para a população local e os visitantes.
Finanças - Para o período 1950-1956, são os seguintes os dados disponíveis sobre finanças do município:
A declaração da receita federal, estadual e municipal apresentou os seguintes dados para o período 1950-1956:
Manifestações Religiosas, Folclóricas e Efemérides - Das festas religiosas, a mais importante é a do padroeiro da cidade, Senhor Bom Jesus, que se realiza em maio. Não possui o município folclore próprio, correndo apenas, de boca e boca, as lendas e tradições existentes em todo estado de Goiás. Como festejos populares citam-se: o carnaval, as festas juninas e os bastante conhecidos mutirões.
Outros aspectos do município - Os habitantes de Corumbaíba são chamados de corumbaibenses.
A formação do solo é de parte plana e parte acidentada, sendo que as terras prestam-se excelentemente a cultura do café e à criação de gado bovino.
O nome Corumbaíba dá devido ao fato da cidade estar localizada entre os rios Corumbá e Paranaíba.
Os templos dedicados aos diversos cultos não apresentam quaisquer particularidades dignas de menção.
Fonte: ENCICLOPÉDIA DOS MUNICÍPIOS, IBGE 1958 - Adaptação e reorganização Luís André Alves de Lima 2011
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Obrigado por ter comentado, o vereador da familia Corumbaibense agradece. Deus te abençõe!!