Ao acompanhar o guia eleitoral no rádio e na TV ou fazer uma rápida consulta à lista de candidatos a vereador em todo o País – disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – dá para se ter uma ideia de quantos nomes e apelidos exóticos disputaram as eleições deste ano nos 246 municípios goianos e no Brasil afora.
Na análise de apelidos exóticos, ou mesmo bizarros, nas campanhas eleitorais, já foi dito ser uma forma de chamar a atenção e ser lembrado na hora do voto, especialmente nos casos em que os eleitores desconhecem o nome civil ou mesmo o número do candidato.
Em Goiás, mais de 100 cidades têm vereadores eleitos com nomes exóticos e bizarros, o que confirma que os goianos seguem a risca o costume adotado no País inteiro. Lalau, Fonil, Bodão e Gadiô, Fusquinha, Zé Penca, Dair Decalço e Mané Peteco, Zói de Gato, João Vaca Louca, Tocozinho, Gilsão Meu Povo são alguns dos vereadores eleitores pelo interior de Goiás.
Um apelido que faça referência a frutas, animais ou mesmo o tipo de profissão do candidato, pode ser mais facilmente lembrado. Mas os apelidos podem até virar nome de político conhecido nacionalmente, como José Sarney. Nascido José Ribamar, seu pai chamava-se Sarney de Araújo Costa. O futuro presidente do Brasil e atual presidente do Senado, já na infância era tratado como “Zé do Sarney” e daí para a adoção do nome José Sarney foi um pulo.
Os apelidos são conhecidos desde a Roma Antiga e serviam para diferenciar indivíduos do mesmo nome, segundo o professor de Língua Portuguesa, Júlio César da Assunção Pedrosa e até se incorporavam aos nomes verdadeiros. Daí os apelidos “Ciprião, o Africano” ou “ Catão, o Velho”. O rei francês Luis XIV era chamado de o Rei Sol. Maria Iª de Portugal era chamada de Dona Maria, a Louca, no Brasil. Já em Portugal, era A Piedosa.
No futebol, quem não conhece Pelé, o rei do futebol, de nome Edson Arantes do Nascimento? E Ronaldo, o Fenômeno? No meio artístico os exemplos são inúmeros, assim como entre as pessoas comuns, no trabalho ou na escola. Mas os apelidos que os candidatos preferem registrar nas urnas, com autorização da Justiça Eleitoral, fazem a alegria dos veículos de comunicação de todo o Brasil, a cada eleição.
Convenhamos, apesar de ser permitido ao cidadão disputar um cargo eletivo com o nome e apelido que lhe convier, a Justiça Eleitoral deveria ser mais seletiva na autorização das escolhas das denominações.
Afinal, candidatos com nomes e apelidos exóticos só servem de chacota, de pilhéria e gozação, pois é sabido que uma esmagadora maioria não chega nem perto de conseguir um mandato. Também pudera! Como seria um debate numa Câmara Municipal tendo como protagonistas Zeni Piroca e Wilson Saco Torto?
Para o jornalista e comentarista político da Rádio 730/AM, Marcos Cipriano, a população se sente bem em votar nos candidatos a vereador com apelidos exóticos ou bizarros. “É da cultura e da tradição da política brasileira. Dá um colorido à democracia e evita que a campanha seja sisuda”, diz. Marcos Cipriano é de opinião que a população, principalmente as camadas mais baixas, vê as campanhas eleitorais dentro de um “espírito de farra, de festa” e nada mais que natural os apelidos exóticos e bizarros.
Alguns apelidos de candidatos surgidos no Brasil, em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Pernambuco e por aí afora: Lambari, Berinjela, Frangão, Agenor Bisteca, Psiu, Antônio Meleca, Bin Laden, Maradona do Brasil, Maluco Beleza, Tetraneto do Zumbi dos Palmares, Josué Topa Tudo, Obama Brasil, Chinelo, Laranja, Mestre Xaman.
E mais: Fulustreco Alfaiate, Palito, Titela, Biuzinha, Biu da Burra, Buchada, Minha Fia, Bil do Megafone, Tem Tem, Natal Ninguém e Galega do Churrasco, Batman, Zeca Diabo, Tufão, Nelson Cacete, Cido Putão e Vandão do Rala, Rola, Jacaré, Camarão, João do Burro, Galo da Barra, Nega Cutia, Gato Preto, Zé do Gado, Nerci Picão e Xasim, Papalégua, Jorginho do Bafo, Alzira Kibe Sfira, Chulé, Seboso, Sovaco, Ademir Mensalão, Márcio do Pau Preto e Mauro Bunda, Bin Laden, Mister Bean, Barata Obama, Irmã Xana, Pai Gay, Rola Italiana, Zeni Piroca, Antônio Viado, Peixe Pobre e Wilson Saco Torto.
Numa mistura de criatividade e bom humor, estiveram à disposição do eleitor nas urnas País afora nomes curiosos como Paulo Rodela , Aborto do Cavaco, Furúnculo Maligno, Almir Simpatia, Homão, Dona Fufu, Roberto do Bloco B Mole, Bigode, Suador, Bololó, Cibiu, Arapinha, Minininho, Meu Jovem, Zé Ninguém, Dedé Barnabé, Deninho Nota Dez, Cawboy , Henrique Pacotão, Marcos Palito, Júnior Papai Noel, Amigo de Fé, Lenilson Sou do Bem e Rogério Benção.
Com nomes ligados à área automotiva, apareceram Carga Pesada, Carreta, Geléia Taxista e Motoka. Entre os que optaram por algum apelido ligado ao reino animal, encontramos Coelho Rodas, Bode, Cobra, Curió, Luciano Tubarão, Morcego e Galego do Boi. Lambari, Berinjela, Frangão, Agenor Bisteca, Psiu, Antônio Meleca, Maradona do Brasil, Maluco Beleza, Josué Topa Tudo, Obama Brasil, Chinelo, Laranja e Mestre Xaman.
Texto por Helton Lenine
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Obrigado por ter comentado, o vereador da familia Corumbaibense agradece. Deus te abençõe!!